O que muda na emissão de notas fiscais com a Reforma Tributária

A Reforma Tributária não altera apenas os impostos. Ela também muda a forma como as notas fiscais serão emitidas, enviadas, validadas e padronizadas em todo o país. Com a chegada do IBS, da CBS e do Imposto Seletivo, surge também um novo padrão nacional de nota fiscal, que impacta empresas de todos os portes e setores.

A partir de 2026, a emissão de documentos fiscais seguirá novas regras — e quanto antes sua empresa se adaptar, mais tranquila será a transição.


Principais tópicos deste artigo

O que é o novo padrão nacional de nota fiscal

Hoje, cada estado e município possui seu próprio layout, regras e portais de emissão. Isso gera custos, retrabalho e muita complexidade para empresas que operam em diversas regiões.

A Reforma Tributária muda esse cenário ao criar um layout nacional obrigatório para três tipos de documentos:

  • NF-e (Nota Fiscal eletrônica),

  • NFC-e (Nota Fiscal de Consumidor eletrônica),

  • NFS-e (Nota Fiscal de Serviço eletrônica).

Não se trata de um sistema centralizado único, mas de um padrão nacional que estados e municípios serão obrigados a seguir. O objetivo é padronizar informações, reduzir divergências e facilitar a integração entre os sistemas fiscais do país.

Quem é responsável por emitir o quê, na prática

Municípios – NFS-e (serviços)

A partir de janeiro de 2026, todos os municípios deverão emitir a NFS-e dentro do padrão nacional.

Eles podem usar seus próprios sistemas, desde que integrem as informações ao repositório nacional, ou optar por utilizar o emissor nacional disponibilizado pela Receita Federal. Essa padronização reduz a fragmentação atual, em que cada prefeitura define suas regras, layouts e campos obrigatórios.

Estados – NF-e e NFC-e

Já os estados continuarão responsáveis pela NF-e e NFC-e, mas deverão seguir o layout padronizado nacionalmente, inclusive com os novos campos destinados ao IBS, à CBS e ao Imposto Seletivo. A estrutura visual pode mudar pouco para o usuário final, mas a forma como a nota é construída, validada e transmitida passa a seguir um padrão único.

O que muda na prática nas notas fiscais

Layout padronizado e novos campos

A partir de janeiro de 2026, cada tipo de documento fiscal terá um layout nacional único. Isso significa que NF-e, NFC-e e NFS-e passam a ter campos específicos para IBS, CBS e IS, o que exige que as empresas detalhem os tributos incidentes por produto ou serviço conforme os novos códigos fiscais.

Esse detalhamento inclui alíquotas, reduções, regimes específicos e outras particularidades que devem seguir a nova padronização.

Novos códigos fiscais

Além da mudança estrutural no documento, a Reforma traz novos códigos e ajustes em classificações já existentes.

A CClass Trib, por exemplo, é uma classificação tributária inédita criada para integrar o padrão nacional.

O CST, já utilizado hoje, passa por adaptações para se alinhar ao novo modelo.

A NBS (Nomenclatura Brasileira de Serviços), que já existe, torna-se obrigatória a partir de 2027 para operações de serviços.

Todas essas mudanças reforçam a necessidade de manter cadastros atualizados e bem estruturados.

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Quando o novo modelo começa a valer

A transição já começou. Durante 2025, apenas empresas convidadas pela Receita Federal participam dos testes iniciais do novo modelo, em um ambiente restrito criado para validar o layout, os novos campos e as integrações necessárias.

Em outubro de 2025, esse acesso foi ampliado de forma gradual para outras empresas, permitindo que mais contribuintes experimentem o novo padrão antes da obrigatoriedade.

Em janeiro de 2026, o novo modelo começa oficialmente a valer. A NFS-e passa a seguir, obrigatoriamente, o padrão nacional, enquanto NF-e e NFC-e passam a incorporar os novos campos estabelecidos pela Reforma Tributária.

Nesse primeiro momento, entretanto, o foco será a adaptação: as notas precisarão apresentar os novos campos, mas o recolhimento efetivo de IBS e CBS ainda não será exigido, desde que a emissão esteja correta e dentro dos prazos.

Esse processo será progressivo, com ajustes técnicos e atualizações frequentes por parte da Receita, razão pela qual acompanhar comunicados oficiais e notas técnicas será fundamental.

Quem será mais impactado

Empresas do Simples Nacional

Para quem está no Simples Nacional, a rotina tributária não muda de imediato. As empresas continuarão usando o DAS e não precisarão destacar IBS e CBS na nota.

Porém, precisarão se adaptar ao novo layout nacional e preencher corretamente os códigos fiscais que justificam a não incidência. Ou seja, muda a estrutura da emissão, mas não muda o cálculo dos tributos.

Empresas no Lucro Presumido e Lucro Real

Para empresas fora do Simples, o impacto é mais profundo. Elas precisarão incluir os novos campos da Reforma Tributária nos documentos fiscais, o que exige revisão cuidadosa de cadastros, sistemas e rotinas internas.

Embora 2026 seja um período mais voltado à adaptação do que ao recolhimento efetivo dos novos tributos, será necessário garantir que equipes, sistemas e integrações estejam ajustados ao novo modelo.

Negócios com grande volume de itens, múltiplas operações ou vendas interestaduais sentirão a transição de forma mais intensa.

Exemplos práticos

Prestadores de serviço

Antes, a emissão de nota para prestadores de serviços dependia exclusivamente do portal da prefeitura local, com regras próprias para cada município. Com o novo padrão, mesmo acessando o portal da prefeitura, a empresa emitirá uma NFS-e com campos e códigos que seguem o padrão nacional. A prefeitura apenas traduz e encaminha as informações ao repositório da Receita.

Em muitos casos, a empresa poderá nem perceber mudanças visuais no momento da emissão — mas os bastidores da nota terão mudado completamente.

Comércio e varejo

O comércio e o varejo já lidam com modelos mais padronizados de NF-e e NFC-e, mas agora precisarão lidar com campos adicionais e regras de validação mais rígidas.

Mesmo que a interface de emissão continue familiar, o emissor precisará estar atualizado para aceitar os novos códigos, validar tributos e comunicar corretamente com o fisco.

Para empresas que emitem um grande volume de notas, qualquer inconsistência pode gerar atrasos no faturamento e retrabalho.

Como sua empresa pode se preparar

A melhor forma de garantir uma transição tranquila é começar a se organizar desde já. Isso inclui revisar cadastros de produtos e serviços, conferir NCM, NBS, CST e os novos códigos de classificação, validar junto à contabilidade quais campos serão obrigatórios para o seu tipo de operação e atualizar sistemas, ERPs e emissores de nota fiscal para o novo layout.

Também será essencial acompanhar as notas técnicas e comunicados da Receita Federal, especialmente durante os primeiros anos de transição, quando ajustes serão frequentes.

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